Não me censurem pelas delongas, Vizinhos leitores, que a pecha está-me no sangue; de vagaroso nunca passei, disso me caprichando, depois de ler o romance Slow Man de J. M. Coetzee. Vem isto a propósito? Deste lapso, sem a prometida crónica, desde o regresso do Douro.
Amigos de Coimbra, no Douro. Ao fundo a cidade da Régua |
Mais de um mês volvido não se me apagaram as imagens da Galafura. Miradouro devoto de barqueiros antigos, donde Torga viu um "mar de mosto", mas demorou mais de vinte anos, até dar vida à ideia. Ali estamos - a Manuela, o Avelino, a Filomena e este que vos conta - levados pelo Zé Manel, partilhando do amor daquele amigo pela escrita do poeta.
Quando, na torreira da meia tarde, chegámos às sombras da capela de S. Leonardo, e os olhares se cruzaram perplexos sobre como falar da vastidão rio-montanha, o nosso guia abriu a mala do carro, donde sacou prosa e poesia do seu escritor. Que não nos perdêssemos em ruídos, ouvíssemos o que nos trouxera de Lamego.
Quando, na torreira da meia tarde, chegámos às sombras da capela de S. Leonardo, e os olhares se cruzaram perplexos sobre como falar da vastidão rio-montanha, o nosso guia abriu a mala do carro, donde sacou prosa e poesia do seu escritor. Que não nos perdêssemos em ruídos, ouvíssemos o que nos trouxera de Lamego.
O Zé Manel ( Pereira de Melo) tinha ali todo o Torga |
Acompanhámos o rapazinho Adolfo, pobre e rústico a caminho do seminário; as vicissitudes de quem, fechado na estranheza de uma escola, se interroga sobre a perda da liberdade dos dias passados entre a casa paterna, o largo do Eiro , as ruelas e fráguas de redor. Relembrámos, entre verdura e céu, a justa de uma vida : Torga e o Outro. Quem és tu? Onde estás?
Filomena distraía na Ciência a ideia de finitude que nos ia invadindo. "Finitude" foi palavra com que a Manuela, dias mais tarde, haveria de legendar aquele momento. Irrepetível.
Entretanto, o Avelino despertava da sesta salutar e costumeira. Abençoado! Que bicho nos mordera? E o Zé Manel repetiu-lhe as leituras.
Não abandonámos o local sem procurar o poema aos pés do santo, na parede da capela.
E seguimos, em busca do Negrilho.
Filomena distraía na Ciência a ideia de finitude que nos ia invadindo. "Finitude" foi palavra com que a Manuela, dias mais tarde, haveria de legendar aquele momento. Irrepetível.
Entretanto, o Avelino despertava da sesta salutar e costumeira. Abençoado! Que bicho nos mordera? E o Zé Manel repetiu-lhe as leituras.
Não abandonámos o local sem procurar o poema aos pés do santo, na parede da capela.
Será que alguma vez mais ali nos encontraremos? |
E seguimos, em busca do Negrilho.
Sem comentários:
Enviar um comentário