sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Boas Festas e Boas Leituras




A doçura, quase inevitável, da presente quadra  justifica, ainda que outras razões não houvesse, a publicação deste texto de uma das nossas companheiras dos  Vizinhos do Livro.  A Maria José, com autoridade profissional e experiência pessoal, fala-nos de açúcar e da diabetes. Assinala-nos o aparecimento no mercado, de um sensor de glicémia, dispositivo de apoio aos diabéticos e questiona sobre o modo como esse  está, ou não, ao alcance de quem dele mais necessita.
Pois é, nem sempre a nossa literatura é matéria de puro devaneio!

 
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Nas minhas férias aconteceu algo que, para mim, foi muito relevante.

Via as notícias na SIC, e o jornalista revelou ter sido descoberto um sistema que permitia ajudar no controlo da diabetes, sem serem necessárias as habituais picas nos dedos.

Fiquei muito atenta, pois sou diabética, desde os meus 18 anos, e picar os dedos várias vezes ao dia era para mim um suplício.

No dia seguinte, liguei  para a Associação dos Diabéticos, para testar a verdade do que tinha ouvido.

Confirmaram a notícia e disseram-me que as pessoas que usavam estavam muito satisfeitas, confirmando o que se tinha passado na reportagem. Depois liguei para a Abbot, o laboratório onde se pode adquirir o sistema, via on line .

Adquiri o sistema que é composto por um sensor, que se aplica na parte externa do braço,  e um  leitor, que me permite informação sobre a glicémia , tantas quantas vezes eu quiser, sem me causar qualquer sofrimento. Dá-me o registo da glicémia, que comigo é extremamente variável, ajudando-me a controlá-la.

Estou muito satisfeita, foi o melhor que me podia acontecer. No entanto, nem tudo é perfeito. Este sistema não é comparticipado, fica mesmo caro.

Mas porquê? Sempre fui uma  cidadã válida, contribuindo com os meus descontos e pagando os impostos. Ninguém é diabético por querer e, muito menos, por qualquer comportamento menos correcto. Se preciso deste sistema, para poder ter uma melhor qualidade de vida, por que motivo não é comparticipado?

Fica a pergunta.
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Maria José
Sensor de glicémia, aplicado no braço da Autora