sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023


A laje já não existe

Na minha infância! Era o local de encontro, onde eu ia com as ovelhas do meu pai; outras com os bois; e havia outra que tinha uma burra…Por vezes íamos todas montadas nela, no mínimo três ou quatro.
Essa laje ficava perto de um lameiro onde os animais pastavam. E nós fazíamos as nossas brincadeiras de crianças, com bonecas de trapos, confecionadas por nós.
Brincávamos “as comadres e compadres”, fazíamos os batizados. Aos domingos, levávamos de casa a merenda de pão com chouriço, presunto…preparada sem as nossas mães “verem”. Comíamos essa merenda como o melhor dos manjares. Depois, éramos comadres e compadres.
As saudades que eu tenho desses tempos, apesar de difíceis.
Hoje, essa laje já não existe, porque a passagem de uma estrada deitou tudo abaixo.
Hoje, quando lá passo, lembro-me da laje, das minhas brincadeiras, da laje que já não existe.
Mas existe uma amiga que é minha comadre de verdade, pois é madrinha do meu filho mais velho.

Idalina Gonçalves